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Transparência e Prestação de Contas

O trabalho remoto e seu potencial

19 de Outubro de 2020

A pandemia da COVID-19 acelerou o que já existia, mas continuava em estado latente em praticamente todo o mundo, exceto nos países mais avançados e nos centros de tecnologia, onde aparecia com certa timidez: o teletrabalho ou trabalho remoto, também conhecido como trabalho em casa ou home office. A tecnologia que o permitia já estava disponível, mas poucos a utilizavam. A aceleração do processo veio com o isolamento social compulsório. Agora, precisamos quantificar o seu potencial e analisar sua repercussão na economia e no mercado de trabalho.

O IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em sua Carta de Conjuntura nº 47, publicou excelente pesquisa sobre o potencial do teletrabalho no Brasil e no mundo. O estudo analisou 86 países. Os de maior renda per capita são os que têm maior potencial médio para trabalho remoto. Luxemburgo está no topo, com 53,4%, e Moçambique, na rabeira, com apenas 5,24%. O Brasil ocupa a 47ª posição, com 25,65%. Os dez mais, pela ordem, são: Luxemburgo, Suíça, Suécia, Reino Unido, Bélgica, Noruega, Islândia, Malta, Estados Unidos e Holanda.

Entre as doze nações mais bem cotadas da América Latina (Brasil, Bolívia, Chile, El Salvador, Equador, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, República Dominicana e Uruguai, em ordem alfabética), ocupamos a terceira posição, perdendo apenas para o Uruguai (27,28%) e Chile (25,74%). Entretanto, considerando o número de trabalhadores cuja ocupação viabiliza o trabalho em casa, de acordo com o PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, o potencial do Brasil cai para 22,7%, equivalente a 20,8 milhões de pessoas. Mesmo assim, é muito considerável.

O Distrito Federal encabeça nossa lista, com 31,6%, cerca de 450 mil pessoas. Por último, vem o Piauí, com 15,65, em torno de 192 mil trabalhadores com potencial para o home office. A lista decrescente, também influenciada pela renda per capita, é a seguinte: DF, 31,5%; SP, 27,7%; RJ, 26,7%; SC, 23,8%; PR, 23,3%; RS, 23,1%; ES, 21,8%; RR, 21,0%; TO, 21,0%; RN 20,9%; GO, 20,4%; MG, 20,4%; MS, 20,3%; PB, 19,8%; SE, 19,4%; AP, 19,1%; AC, 19,0%; CE, 18,8%; PE, 18,8%; BA, 18,6%; MT, 18,5%; AL, 18,2%; AM, 17,7%; MA, 17,5%; RO, 16,7%; PA, 16,0%; e PI, 15,6%.

As ocupações ligadas à ciência e aos trabalhos intelectuais possuem maior potencial para o teletrabalho, em torno de 65%. Em seguida vêm diretores e gerentes (61%); trabalhadores de apoio administrativo (41%); técnicos e profissionais de nível médio (30%); vendedores do comércio (12%); e artesãos de trabalho qualificado, como construção, mecânica, artes e outros ofícios, com apenas 8%. Uma revolução está por vir. Haverá mudanças profundas na forma de execução, entrega e relações do trabalho. Empregos formais serão transformados em trabalho contratual, em total detrimento da CLT.

Não há referência específica sobre a atuação dos Corretores de Imóveis, mas a experiência, até aqui, tem demonstrado que cerca de 80% do nosso trabalho pode ser desenvolvido remotamente. Os 20% restantes referem-se às atividades relacionadas a acuidade visual, a demonstração, a emoção, o sentimento, a empatia e a solidariedade, que são indispensáveis.

 

 

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