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Verticalização em Santa Catarina: como equilibrar crescimento urbano e qualidade de vida

31 de Outubro de 2025

A verticalização das cidades catarinenses têm transformado o cenário urbano e gerado debates sobre qualidade de vida, mobilidade e sustentabilidade. O crescimento vertical — caracterizado pela construção de edifícios cada vez mais altos — é muitas vezes visto como solução para a escassez de terrenos e aumento populacional. No entanto, essa expansão traz desafios que merecem atenção de todos os envolvidos no mercado imobiliário e na gestão urbana.

Destaques catarinenses no processo de verticalização

De acordo com os dados do IBGE, Balneário Camboriú (57,22%), São José (41,05%) e Itapema (38,76%) lideram o ranking de cidades catarinenses com maior proporção de moradores em apartamentos, superando até mesmo a capital Florianópolis (38,64%). Esses números refletem um cenário de intensa verticalização e valorização imobiliária. Logo atrás, municípios como Jaraguá do Sul (28,08%), Criciúma (27,88%), Palhoça (27,72%), Blumenau (27,52%), Itajaí (26,54%) e Chapecó (25,19%) também apresentam índices significativos de verticalização, atraindo investimentos cada vez maiores no setor. Cidades como Navegantes, Tijucas e Barra Velha mostram grande potencial de crescimento urbano vertical, com expansão de infraestrutura e aumento na demanda por empreendimentos residenciais.

Essas localidades se destacam por contar com universidades, pólos industriais, ampla oferta de saúde, lazer e educação, além de um público comprador qualificado, exigente e atento às tendências do mercado. Para os corretores de imóveis, esse movimento representa uma oportunidade estratégica: acompanhar as transformações do setor, compreender o perfil dos novos clientes e apresentar produtos adaptados à realidade local são diferenciais que elevam a atuação profissional.

O avanço da verticalização em cidades de médio porte exige uma abordagem mais consultiva e especializada. É importante compreender que empreendimentos nesses contextos não devem simplesmente replicar modelos metropolitanos, mas incorporar elementos alinhados às expectativas da nova geração de compradores — como lazer, conectividade, sustentabilidade e design inteligente.

Impactos da verticalização

O aumento da densidade urbana pode gerar benefícios, como melhor aproveitamento do solo, aumento da oferta de moradias e maior dinamismo econômico nos bairros. Ao mesmo tempo, a verticalização sem planejamento adequado pode afetar negativamente a rotina dos moradores. Entre os principais impactos estão:

  • Mobilidade urbana: ruas e avenidas congestionadas, dificuldade de estacionamento e aumento do tráfego.
     
  • Infraestrutura urbana: pressão sobre redes de água, esgoto, energia e coleta de resíduos.
     
  • Qualidade de vida: redução de áreas verdes, sombreamento excessivo e impacto sobre ventilação natural e iluminação.
     
  • Integração comunitária: maior densidade pode dificultar o convívio e a sensação de pertencimento nos bairros.
     

O olhar do CRECI-SC

Para o Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (CRECI-SC), o crescimento das cidades deve ser equilibrado, conciliando desenvolvimento econômico e preservação da qualidade de vida. O CRECI-SC entende que o crescimento urbano sustentável não se limita apenas às construções, mas envolve também políticas públicas, transporte coletivo eficiente, áreas de lazer e preservação ambiental.

Durante o CBN Cidades, painel promovido pela Rádio CBN Floripa para discutir propostas para o futuro urbano de Florianópolis, o Presidente do CRECI-SC, Marcelo Brognoli sobre o tema: “Florianópolis vive um momento delicado, de grande crescimento — assim como outras regiões de Santa Catarina — e, em muitos casos, esse avanço ocorre de forma desordenada. Isso preocupa, porque o mercado imobiliário do futuro acaba sentindo os reflexos dessa falta de planejamento. Podemos, de fato, construir um plano sólido para o futuro de Florianópolis. No entanto, é fundamental pensar em como garantir a continuidade desse plano nas próximas gestões. Precisamos de um plano diretor consistente, bem estruturado legalmente, que assegure a implementação de uma cidade sustentável e moderna. Esse é o verdadeiro desafio para construir o futuro urbano que todos desejamos.”

Soluções e recomendações

Entre as estratégias para minimizar os impactos da verticalização, destacam-se:

  • Planejamento urbano integrado: avaliação prévia da capacidade de suporte do bairro em termos de infraestrutura e serviços.
     
  • Projetos com sustentabilidade: uso de áreas verdes, sistemas de captação de água da chuva, eficiência energética e acessibilidade.
     
  • Engajamento da comunidade: participação de moradores e conselhos de bairro nas decisões de expansão.
     
  • Informação qualificada ao comprador: corretores de imóveis devem apresentar dados completos sobre o entorno do empreendimento, infraestrutura e impacto na qualidade de vida.
     

Conclusão

O debate sobre verticalização e qualidade de vida mostra que o crescimento das cidades catarinenses é inevitável, mas precisa ser consciente e planejado. O CRECI-SC reforça que os corretores de imóveis desempenham papel estratégico ao orientar clientes sobre o equilíbrio entre investimento imobiliário, infraestrutura urbana e bem-estar.

Crescer é natural, mas crescer com qualidade é responsabilidade de todos.

 

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